3 de janeiro de 2015

A Seleção -1º Capítulo

Postado por PopCorns Do Bieber às sábado, janeiro 03, 2015 1 comentários



MINHA MÃE ENTROU EM ÊXTASE quando pegamos a carta no correio. Ela já tinha decidido que todos os nossos problemas estavam solucionados, tinham desaparecido para sempre. O grande empecilho em seu plano brilhante era eu. Eu não me considerava uma filha muito desobediente, mas também não era uma santa.
Não queria ser da realeza. Não queria ser Um. Não queria nem tentar.
Escondi-me no meu quarto, o único lugar onde podia fugir do falatório da casa cheia. Procurava um argumento que dobrasse minha mãe, mas, até então, tudo o que tinha era uma coletânea de opiniões sinceras... Não me parecia que ela fosse dar ouvidos a nenhuma delas.
Eu não conseguiria escapar da minha mãe por muito tempo. Era quase hora do jantar, e eu, a filha mais velha que ainda morava em casa, tinha que ajudar na cozinha. Pulei da cama e caminhei para o ninho de cobras.
Minha mãe me recebeu com um olhar furioso, mas não disse nada.
Nós duas nos movíamos pela cozinha e pela sala de jantar sem falar – como em uma dança silenciosa – enquanto preparávamos frango, macarrão e torta de maçã, e púnhamos a mesa para cinco pessoas. Bastava eu desviar os olhos do que estava fazendo para ela me corrigir com um olhar severo, como se assim fosse me deixar constrangida o bastante para querer as mesmas coisas que ela. Minha mãe usava essa tática às vezes. Quando eu queria mudar de emprego porque achava que a família que nos hospedava era grosseira sem necessidade. Ou quando ela queria que eu fizesse uma faxina pesada porque não tínhamos dinheiro para pagar alguém da Seis para nos ajudar.
Algumas vezes dava certo. Outras, não. E esse era um ponto em que ninguém podia me dobrar.
Minha mãe não tinha o que fazer quando eu teimava. Puxei a ela, de modo que não podia ficar surpresa. Mas o problema não era só comigo. Ela andava tensa. O verão chegava ao fim e logo viriam os meses frios. E as preocupações.
Minha mãe botou a jarra de chá na mesa com raiva. Fiquei com a boca cheia d'água só de imaginar o chá gelado com limão. Mas eu tinha que esperar; seria um desperdício tomar meu copo agora e depois ter que beber água no jantar.
— Mas você vai morrer se preencher o formulário? — ela disse, sem se aguentar. — A Seleção pode ser uma oportunidade maravilhosa para você, para todos nós.
Suspirei alto, pensando que preencher aquele formulário seria como a morte para mim.
Não era segredo que os rebeldes – as colônias subterrâneas que odiavam Illéa, nosso vasto e relativamente jovem país – investiam em ataques cada vez mais frequentes e violentos ao palácio. Já tínhamos visto os rebeldes em ação em Carolina. A casa de um dos magistrados fora completamente incendiada, e os carros de pessoas da Dois foram destruídos. Houve até uma espetacular fuga da prisão: eles libertaram uma adolescente que engravidara e um Sete que era pai de nove filhos, de modo que até eu achei que eles estavam certos daquela vez.
Mas, além das ameaças, eu sentia que só pensar na Seleção já fazia meu coração doer. Não consegui esconder meu sorriso enquanto pensava em todas as razões para permanecer exatamente onde estava.
— Os últimos anos têm sido muito difíceis para seu pai — minha mãe estrilou. — Se você tiver um pouco de compaixão, vai pensar nele.
Meu pai. Sim. Eu queria ajudá-lo. E May e Gerad. E até minha mãe. Eu não tinha como sorrir diante da maneira como ela expôs a situação. Fazia tempo demais que as coisas não iam bem. Eu me perguntava se meu pai veria a Seleção como um meio de fazer com que tudo voltasse ao normal, se é que o dinheiro podia melhorar as coisas.
Não que nossa situação fosse tão precária a ponto de temermos por nossa sobrevivência ou algo assim. Não éramos miseráveis. Mas acho que não estávamos muito longe disso.
Nossa casta era a terceira antes do fundo do poço. Éramos artistas. E os artistas e músicos clássicos estavam só três degraus acima da sujeira. Literalmente. Nosso dinheiro era curto, vivíamos na corda bamba e nossa renda dependia muito da mudança de estações.
Lembro-me de ter visto num livro de história bem gasto que todas as datas especiais costumavam ser comemoradas nos meses de inverno. Halloween, Ação de Graças, Natal e Ano-Novo. Um depois do outro.
O Natal ainda era no mesmo dia. Não dá para mudar o aniversário de uma divindade. Mas quando Illéa firmou o grande acordo de paz com a China, o Ano-Novo passou para janeiro ou fevereiro, dependendo da lua. Todas as comemorações de Ação de Graças e do dia da independência da nossa metade do mundo foram reunidas na Festa da Gratidão, realizada no verão. Era tempo de celebrar a formação de Illéa, de nos alegrar por ainda existirmos.
Eu não sabia o que era Halloween. Simplesmente desapareceu.
Assim, pelo menos três vezes ao ano a família inteira tinha emprego em tempo integral. Meu pai e May faziam peças de artesanato que os clientes compravam para dar de presente. Minha mãe e eu nos apresentávamos em festas – eu cantava e ela tocava piano – e aceitávamos todo trabalho possível. Quando eu era mais nova, tinha medo de me apresentar em público, mas agora tratava de entrar no clima da música de fundo. Assim éramos aos olhos de quem nos empregava: estávamos ali para ser ouvidos, não vistos.
Gerad ainda não tinha descoberto seu talento, mas ele só tinha sete anos. Ainda lhe restava um tempinho.
Em breve as folhas das árvores mudariam de cor e nosso mundinho ficaria balançado mais uma vez. Cinco bocas e apenas quatro trabalhadores. Sem emprego garantido até o Natal.
Quando eu via as coisas desse jeito, a Seleção parecia uma corda à qual eu podia me agarrar. Aquela carta idiota talvez me tirasse do fundo do poço, e então eu poderia puxar minha família comigo.
Eu observava minha mãe. Para uma Cinco, ela até que estava bem robusta, o que era estranho. Não era uma glutona, mas também não havia fartura em casa. Talvez fosse assim que o corpo ficava depois de cinco filhos. Os cabelos dela eram ruivos, como os meus, mas cheios de fios brancos, que tinham aparecido de repente e aos montes uns dois anos antes. Umas ruguinhas sulcavam o canto dos olhos, embora ainda fosse bastante jovem, e eu podia reparar que ela circulava pela cozinha com as costas curvadas, como se carregasse um peso invisível nos ombros.
Eu sabia que minha mãe sentia um grande peso nas costas. E sabia que foi por isso que ela passou a tentar me manipular sempre que podia. Já brigávamos bastante sem essa tensão extra, mas, à medida que o outono vazio se aproximava, ela ficava cada vez mais nervosa. E eu sabia que minha mãe me achava despeitada por não querer nem preencher um formulariozinho besta.
Mas havia coisas – coisas importantes – que eu amava. E aquela folha de papel se erguia como um muro entre mim e o que eu queria. Talvez eu quisesse coisas idiotas. Ou que não conseguiria alcançar. Mesmo assim, eram coisas minhas. Não estava a fim de sacrificar meus sonhos, independentemente do quanto minha família fosse importante para mim. Além do mais, já tinha feito bastante por eles.
Eu era a filha mais velha em casa depois que Kenna se casou e Kota foi embora. Assumi o novo papel o mais rápido que pude. Dei o meu melhor para ajudar. Estudava em casa nos horários que arranjava entre os ensaios, que tomavam a maior parte do dia, já que eu tentava dominar vários instrumentos musicais e aprender a cantar.
Mas, com a chegada da carta, todos os meus esforços perderam o sentido. Na cabeça da minha mãe, eu já era uma rainha.
Se fosse mais esperta, eu teria escondido aquele aviso antes que meu pai, May e Gerad chegassem. Mas minha mãe já o tinha escondido na roupa, e o sacou no meio de uma refeição.
— “Para a casa da família Miller” — disse cantando.
Tentei pegar o papel da mão dela, mas era rápida demais  para mim. Mais cedo ou mais tarde, todos acabariam descobrindo mesmo. Só que, se minha mãe fizesse do jeito dela, todos ficariam a seu lado.
— Mãe, não! — implorei.
— Eu quero ouvir! — gritou May, o que não me surpreendeu.
Minha irmã mais nova era idêntica a mim, só que três anos mais nova. Se nossa aparência era praticamente igual, nossa personalidade estava bem longe disso. Ao contrário de mim, ela era extrovertida e otimista, e só conseguia pensar em meninos. May ia achar toda a história incrivelmente romântica.
Senti minhas bochechas corarem de vergonha. Meu pai ouvia com atenção, enquanto May quase pulava de alegria. O fofo do Gerad continuava comendo. Minha mãe limpou a garganta e prosseguiu.
— “Confirmamos no último censo que uma mulher solteira entre dezesseis e vinte anos reside atualmente em sua casa. Gostaríamos de informá-los sobre uma oportunidade próxima de honrar a grande nação de Iléa.”
May soltou outro grito e agarrou meu braço:
— É você!
— Eu sei, sua macaquinha. Solte senão você vai quebrar meu braço.
Mas ela apertou minha mão e deu mais uns pulinhos.
— “Nosso amado príncipe, Justin Bieber” — continuou minha mãe — “atinge a maioridade este mês. Para adentrar esta nova fase de sua vida, ele deseja ter uma companheira a seu lado, uma verdadeira filha de Illéa. Se sua filha, irmã ou protegida elegível estiver interessada na possibilidade de tornar-se a noiva do príncipe Justin e a adorada princesa de Illéa, por favor, preencha o formulário anexo e entregue-o no Departamento de Serviços Provinciais da sua localidade. Uma jovem de cada província será escolhida aleatoriamente para encontrar-se com o príncipe. As participantes serão hospedadas no agradável palácio de Illéa, em Angeles, enquanto durar sua estada. A família de cada participante será recompensada generosamente” — minha mãe alongava as palavras para criar um efeito dramático — “por seu serviço à família real.”
Enquanto ela falava, eu olhava para o teto. Era isso que acontecia com os príncipes. Já as princesas eram negociadas em casamento a fim de fortalecer as recentes relações com outros países. Eu entendia porque era assim – precisávamos de aliados – mas não aprovava. Nunca precisei ver uma coisa dessas e esperava não ver nunca. Havia três gerações que não nascia uma princesa na família real. Os príncipes, por sua vez, casavam-se com plebeias para elevar o moral da nação, normalmente instável. Acho que a Seleção servia para unir todos os illeanos e fazê-los recordar que o país nasceu praticamente do nada.

Continua...

ooooi amores, então, tá ai o primeiro capítulo de A Seleção, espero que gostem do enredo só que com uma versão adptada. Esse livro é ótimo, um dos meus preferidos. Então é isso, bjao e até o proximo capitulo. CONTINUO COM 2 COMENTÁRIOS

Respondendo: 


Joana Margarida: Que bom que amou, postei amr :D
Lara Santos: uidgudg postei anjo :)
Mirela Gaspar: Postei o primeiro capítulo u-u
Isabella Crystina: Tomara que vc goste amr jkdbdkhjvd ♥



Fallen -29º Capítulo

Postado por PopCorns Do Bieber às sábado, janeiro 03, 2015 0 comentários

"Correr riscos é melhor do que passar o resto da vida arrependido por não ter tentado."



A toca do leão -parte 1


Fazia um bom tempo desde que Luce havia dado uma boa olhada no espelho. Ela costumava nunca se importar com seu reflexo, seus olhos claros esverdeados, seus pequenos dentes retos, seus espessos cílios e sua densa cabeleira negra.
Isso era antes. Antes do verão passado. Após a mãe dela ter cortado todo o seu cabelo, Luce havia começado a evitar espelhos. Não era só por causa do cabelo curto, ela não achava que gostava mais de quem era, então não queria ver nenhuma evidência. Ela começou a olhar para baixo e para as mãos quando as lavava no banheiro. Ela mantinha seu rosto olhando para frente quando passava em frente a janelas de vidros fumados e desviava de pós compactos com espelhos.
Mas vinte minutos antes do horário que ela deveria se encontrar com Cam, Luce ficou parada em frente ao espelho no banheiro feminino vazio em Augustine. Ela achava que aparentava bem. O cabelo estava finalmente crescendo, e o peso estava começando a soltar alguns dos seus cachos. Ela deu checada nos dentes, então endireitou os ombros e olhos para o espelho como se estivesse olhando Cam nos olhos. Ela tinha que lhe dizer algo, algo importante, e queria ter certeza de que conseguiria manobrar um olhar que exigisse que ele a levasse a serio.
Ele não havia ido à aula hoje. Nem Justin, então Luce presumiu que Mr. Cole havia colocado os dois em algum tipo de liberdade condicional. Ou isso ou eles estavam lambendo as feridas. Mas Luce não tinha duvidas que Cam iria esperar por ela hoje.
Ela não queria vê-lo. De jeito nenhum. Pensar sobre os punhos dele batendo em Justin fez o estômago dela se revirar. Mas era culpa dela eles terem brigado, em primeiro lugar.
Ela havia iludido Cam e se ela fez por que ela estava confusa ou lisonjeada ou estivesse o menor que seja interessada não importava mais. O que importava era que ela fosse direta com ele hoje. Não havia nada entre eles.
Ela respirou fundo, puxou sua camiseta em direção aos quadris e abriu a porta do banheiro. Se aproximando dos portões, não conseguia vê-lo. Mas então, era difícil ver qualquer coisa além da zona de construção no estacionamento. Luce não havia estado de volta à entrada da escola desde que eles haviam começado as renovações ali e ela estava surpresa do quão complicado era se mover através do esburacado estacionamento. Ela desviou de poças e tentou se esquivar do radar da equipe de construção, abanando a fumaça do asfalto que parecia nunca dissipar.
Não havia sinal de Cam. Por um segundo ela se sentiu tola, quase como se tivesse caído em algum tipo de pegadinha. Os portões de metal alto eram cheios locais descascados e ferrugem vermelha.
Luce olhou através deles para um bosque fechado de antigas olmeiras do outro lado da rua. Ela estalou as juntas dos dedos, pensando na vez que Justin havia lhe dito que ele odiava quando ela fazia aquilo. Mas ele não estava ali para vê-la fazer aquilo, ninguém estava. Então ela notou um papel dobrado com o nome dela nele. Estava preso no galho espesso da árvore de magnólia próxima ao interfone.

Eu estou salvando você dos eventos sociais esta noite. Enquanto nossos colegas estudantes apresentam uma reencenação da Guerra Civil triste, mas verdadeira, você e eu iremos pintar a cidade de vermelho. Um sedan preto com uma placa dourada irá trazer você até mim. Achei que nós dois podiam usar uma dose de ar fresco. -C.

Luce tossiu da fumaça. Ar fresco era uma coisa, mas um sedan preto a buscando no campus? Para levá-la até ele, como se ele fosse algum tipo de monarca que podia arranjar em um impulso para que mulheres fossem buscadas? Onde estava ele afinal?
Nada disso era parte do plano dela. Ela havia concordado se encontrar com Cam somente para dizer a ele que ele estava sendo muito avançado e ela realmente não conseguia se ver se envolvendo com ele. Porque, apesar de que ela nunca contará a ele, cada vez que os punhos dele atingiram Justin na noite anterior, algo dentro dela havia se esquivado e começado a ferver.
Claramente ela precisava cortar essa coisinha com o Cam pela raiz. Ela tinha o colar dourado de serpente no bolso. Era hora de devolvê-lo.
Exceto que agora ela se sentia estúpida por presumir que Cam iria querer só conversar. É claro que ele tinha uma carta na manga. Ele era esse tipo de cara.
O som das rodas do carro desacelerando fez Luce virar a cabeça. Um sedan preto parou em frente aos portões. A janela esfumada do banco do motorista moveu-se para baixo e uma mão peluda saiu e pegou o receptor do interfone do lado de fora dos portões. Após um momento, o receptor estava de volta no seu lugar e o motorista se inclinou sobre sua buzina.
Finalmente os grandes portões de metal gemeram e se abriram, e o carro entrou parando na frente dela. As portas se destrancaram suavemente. Ela ia mesmo entrar naquele carro e ir parasabe-se-lá-onde para se encontrar com ele?
A última fez que ela havia estado parada naqueles portões havia sido para dizer adeus aos pais dela.
Sentindo falta deles antes mesmo deles irem embora, ela havia abanado daquele mesmo lugar, próxima do interfone quebrada dentro dos portões e, se lembrava de ter notado uma câmera de segurança mais moderna. O tipo com detectores de movimento, dando zoom nela toda vez que ela se movia. Cam não podia ter escolhido um ponto pior para o carro buscar ela.
Do nada ela teve visões do confinamento solitário na cela do porão. Paredes de cimento úmido e baratas correndo pelas pernas dela. Sem luz de verdade. Os rumores ainda estavam correndo pelo campus sobre aquele casal, Jules e Phillip, que não haviam sido mais vistos desde que haviam escapado. Cam achava que Luce queria tanto ver ele que ariscaria saindo do campus em plena visão dos vermelhos?
O carro ainda estava com o motor ligado em frente a ela. Após um momento, o motorista, um homem de óculos escuros estilo esportivo com um pescoço grosso e cabelos ralos estendeu sua mão. Nela estava um pequeno envelope branco. Luce hesitou um segundo antes de ir para frente e tirar ele dos dedos dele.
O material personalizado de Cam. Um cartão pesado cor marfim com o nome dele impresso em letras douradas no canto inferior à esquerda.

Devia ter mencionado antes, os vermelhos foram vedados. Veja por si mesma. Eu cuidei disso, como irei cuidar de você. Vejo você logo, espero.

Vedadas? O que ele quis dizer? Ela ousou uma olhada para as vermelhas. Ele o fez. Um círculo de fita preta havia sido colocado perfeitamente sobre as lentes da câmera. Luce não sabia como essas coisas funcionavam ou quanto tempo levaria para a escola descobrir, em uma maneira estranha, ela estava aliviada por Cam ter pensado em cuidar disso. Ela não podia imaginar Justin pensando tão à frente.
Callie e os pais dela estavam esperando telefonemas esta tarde. Luce havia lido a carta de dez páginas da Callie três vezes e tinha todos os detalhes engraçados da viagem do final de semana da amiga dela a Nantucket memorizados, mas ainda não saberia como responder a qualquer uma das perguntas de Callie sobre sua vida na Sword&Cross. Se ela se virasse e fosse para dentro para pegar o telefone, não saberia como começar a contar à Callie e seus pais sobre a sinistra virada que os últimos dois dias haviam tomado. Mais fácil não contar nada a eles, ou até que ela encerrasse as coisas de um jeito ou de outro.
Ela deslizou no luxuoso assento de couro bege do sedan e colocou o cinto. O motorista ligou a ignição do carro sem dizer uma palavra.
— Aonde nós vamos — ela perguntou a ele.
— Um lugarzinho que fica no remanso do rio. Sr. Briel gosta das cores locais. Apenas se recoste e relaxe, querida. Você verá.
Sr. Briel? Quem era esse cara? Luce nunca gostou que a mandassem relaxar, especialmente quando parecia uma ameaça para não fazer mais nenhuma pergunta. De qualquer maneira, ela cruzou os braços sobre o peito, olhou para fora da janela e tentou esquecer do tom do motorista quando ele a chamou de “querida”.
Através dos vidros escuros, as árvores lá fora e a estrada cinza pavimentada embaixo delas pareciam marrons. Na virada onde a bifurcação levava à Thunderbolt, o sedan preto virou para o leste. Eles estavam seguindo o rio em direção à costa. Uma vez ou outra, quando o caminho deles e o rio convergiam, Luce podia ver a água turva marrom se retorcendo ao lado deles.
Vinte minutos depois o carro desacelerou até parar em frente ao bar batido de beira de rio. Era feito de uma madeira cinza, apodrecida e inchada, havia marcas de água sobre a porta da frente vermelha que se lia Estige em irregulares letras vermelhas pintadas a mão. Bandeirolas de plástico de propaganda de cerveja haviam sido grampeadas em um feixe de madeira embaixo do telhado de zinco, uma tentativa medíocre de festividade. Luce estudou as imagens impressas nos triângulos de plástico, palmeiras e garotas bronzeadas de biquínis com garrafas de cerveja nos seus lábios sorridentes, e se perguntou quando foi a última vez que uma garota de verdade havia colocado os pés naquele lugar.
Dois punks mais velhos se sentaram fumando no banco que ficava de frente para a água. Moicanos cansados caiam sobre as testas de meia idade deles, e as suas jaquetas de couro tinham uma aparência feia e suja de algo que eles estivessem usando desde que punk era novidade. A expressão vazia dos seus bronzeados e caídos rostos fazia a cena toda parecer ainda mais desolada.
O pântano que beirava a rodovia de duas vias havia começado a cobrir o asfalto, e a estrada parecia meio que sumir por entre a grama do pântano e a lama. Luce nunca havia estado tão longe no rio pantanoso.
Enquanto estava sentada, incerta do que faria uma vez que saísse do carro, ou se essa era realmente uma boa ideia, a porta da frente do Estige se abriu abruptamente e Cam andou para fora.
Ele se inclinou descontraidamente contra a janela da porta, uma perna cruzada sobre a outra. Ela sabia que ele não podia vê-la através do vidro escuro do carro, mas ele levantou sua mão como se pudesse e gesticulou para ela ir até ele.
— Aqui vai nada— Luce resmungou antes de agradecer o motorista.
Ela abriu a porta e foi recebida por uma rajada de vento salgado enquanto subia os três degraus até a varanda de madeira do bar.
O cabelo bagunçado de Cam estava solto ao redor do rosto dele e ele tinha uma expressão calma em seus olhos verdes. Uma manga da camiseta preta dele estava puxada sobre o ombro dele, e Luce podia ver a suave marcação do bíceps dele. Ela dedilhou a corrente de ouro no bolso dela.

Lembre-se porque você está aqui.  

O rosto de Cam não mostrava nenhum sinal da briga da noite anterior, o que a fez se perguntar, imediatamente, se Justin tinha alguma marca.
Cam a deu um olhar inquisitivo, correndo sua língua ao longo do seu lábio inferior.
— Eu só estava calculando quantos drinques de consolação eu precisaria se você me desse o cano hoje — ele falou, abrindo os braços para um abraço.
Luce andou até eles. Cam era uma pessoa muito difícil de dizer não, até mesmo quando ela não estava totalmente certa sobre o que ele estava pedindo.
— Eu não daria o cano em você — respondeu, então imediatamente se sentiu culpada, sabendo que as palavras dela vieram do senso de dever, não o romance que Cam teria preferido. Ela estava ali somente porque ela ia dizer a ele que não queria se envolver com ele. — Então, o que é esse lugar? E desde quando você tem um serviço de carro?
— Cola em mim, criança.
Ele pareceu tomar a pergunta dela como um elogio, como se ela gostasse de ser arrastada para bares que cheiravam como o interior de um ralo de pia. Ela era tão ruim nesse tipo de coisa. Callie sempre dizia que Luce era incapaz de honestidade brutal e era por isso que ela ficava presa em tantas situações desagradáveis com caras que ela devia apenas ter dito não. Luce estava tremendo. Ela tinha que desabafar aquilo. Ela pescou no seu bolso e tirou o pendente.
— Cam.
— Oh que bom, você trouxe — ele pegou o colar das mãos dela e a girou. — Deixe-me ajudar você a colocá-lo.
— Não, espere.
— Pronto. Ele realmente combina com você. Dê uma olhada.
Ele a acompanhou ao longo do assoalho de madeira que rangia até a janela do bar, onde um numero de bandas havia colocado posters para shows. OS VELHOS BEBES. PINGANDO COM ÓDIO. RACHADORES DE CASAS. Luce teria preferido estudar qualquer um deles a olhar seu reflexo.
— Viu?
Ela não conseguia distinguir direito as feições dela no enlameado vidro da janela, mas o pendente de ouro brilhava na sua pele quente. Ela pressionou sua mão nele. Ele era adorável. E tão distinto, com sua pequena serpente esculpida a mão pairando no centro. Não era como nada que você vê nas vitrines dos mercados, onde vendedores locais superfaturam os trabalhos manuais para turistas, suvenires da Geórgia feitos nas Filipinas.
Atrás do reflexo dela na janela, o céu estava com uma cor rica de laranja-picolé, quebrado por linhas finas de nuvens rosa.
— Sobre a noite passada... — Cam começou a dizer.
Ela conseguia ver vagamente os lábios rosados dele se moverem pelo vidro sobre os ombros dela.
— Eu queria falar sobre a noite passada, também — Luce interrompeu, parando do lado dele. Ela podia veras pontas da tatuagem em formato de raios de sol atrás do pescoço dele.
— Venha para dentro— ele falou, guiando-a de volta para a porta de tela meio caída. — Nós podemos conversar lá.
O interior do bar era de madeira plainada, com algumas fracas lâmpadas laranja provendo a única luz. Todos os tamanhos e formar de galhadas estavam amontoados na parede, e uma pantera empalhada posava sobre o bar, parecendo pronta para da o bote a qualquer momento.
Um retrato desbotado composto com as palavras CONDADO DE PULASKI CLUBE DE OFICIAIS ALCE 1964-1965 era a única outra decoração na parede, mostrando cem faces ovais, sorrindo modestamente acima de laços cor pastel. O jukebox tocava Ziggy Stardust, e um cara mais velho com a cabeça raspada e calça de couro estava cantarolando e dançando sozinho no meio de um pequeno palco elevado. Além de Luce e Cam, ele era a única outra pessoa naquele lugar.
Cam apontou para dois banquinhos. As almofadas verdes de couro gastas haviam se partido nomeio, a espuma bege saia para fora como um pedaço maciço de pipoca. Já havia uma taça pela metade onde Cam havia se sentado. A bebida nela era marrom e aguada com gelo, banhada com suor.
— O que é isso?— Luce perguntou.
— Luar da Geórgia— ele falou, tomando um gole. — Eu não o recomendo para começar. — Quando ela olhou torto para ele, ele falou— eu estive aqui o dia inteiro.
— Encantador — Luce respondeu, dedilhando o colar de ouro. — Quantos anos você tem, setenta? Sentado em um bar sozinho o dia inteiro?
Ele não parecia obviamente bêbado, mas ela não gostava da ideia de ir toda aquela distância até lá para terminar tudo com ele, e ele estar bêbado demais para entender. Ela estava começando a se perguntar como iria voltar para a escola. Nem sabia onde era aquele lugar.
— Ai — Cam esfregou seu coração. — A beleza de ser suspenso das aulas, Luce, é que ninguém sente a sua falta durante as aulas. Eu achei que eu merecia um tempinho para me recuperar — ele levantou a cabeça. — O que está realmente incomodando você? É este lugar? Ou a briga da noite passada? Ou o fato de não estarmos tendo nenhum atendimento? — ele elevou a voz para gritar as ultimas palavras, alto o bastante para fazer um enorme, bruto bartender se virar em frente a porta da cozinha atrás do bar.
O barman tinha cabelos longos, repicados com franja, e tatuagens que pareciam cabelos humanos trançados que percorriam seus braços de cima a baixo. Ele era só músculos e devia pesar uns cento e cinquenta quilos.
Cam se virou para ela e sorriu.
— Qual é a sua bebida?
— Eu não me importo— Luce falou. — Eu na verdade não tenho minha própria bebida.
— Você estava bebendo champagne na minha festa — Cam falou. — Viu quem estava prestando atenção? — ele esbarrou nela com seu ombro. — Seu champagne mais fino aqui.
Ele falou para o bartender que jogou a cabeça para trás e soltou uma risada maléfica.
Não fazendo nenhuma tentativa de ver a identidade dela ou até mesmo olhá-la tempo o bastante para adivinhar sua idade, o bartender se abaixou sobre um pequeno refrigerador com uma porta de vidro de correr. As garrafas se bateram enquanto ele procurava e procurava. Após o que pareceu como um longo tempo, ele emergiu novamente com uma pequena garrafa de Freixenet.
Parecia que tinha uma coisa laranja crescendo em volta da base.
— Eu não aceito nenhuma responsabilidade por isso — ele falou, entregando a garrafa.
Cam estourou a rolha e elevou sua sobrancelha a Luce. Ele serviu o Freixebet cerimoniosamente nas taças de vinho.
— Eu queria me desculpar. Sei que eu tenho forçado um pouco a barra. E a noite passada, o que aconteceu com Justin, eu não me sinto bem a respeito daquilo — ele esperou Luce consentir com a cabeça antes de continuar. — Ao invés de ficar bravo, eu só devia ter te ouvido. É com você que eu me importo, não ele.
Luce observou as bolhas subirem no seu espumante, pensando que se ela tivesse que ser honesta, diria que era com Justin que se importava, não Cam. Ela tinha que contar a Cam. Se ele já se arrependia de não tê-la escutado na noite passada, talvez agora ele iria começar a ouvir. Ela ergueu a taça dela para beber um gole antes de começar.

Continua...


Oi meu amores, nunca pensei q era capaz de ser cara de pau até eu decidir postar hoje. OLHA O TEMPÃO QUE FAZ QUE EU NAO POSTO! Podem me odiar uydguydfd bom pelo menos eu apareci né? isso é uma coisa boa, nao morri nem nada. O problema é que no 1º ano do ensino medio tive algumas complicações e eu nao podia ficar aqui sempre, agora que estou de ferias criei vergonha na cara e coragem tbm p vir postar, sou uma vagabunda eu sei, mas de agora em diante prometo que vou fazer o possivel p postar, juro juradinho. Beijos amores ♥  CONTINUO COM 2 COMENTÁRIOS




Respondendo:


Joana Margarida: que bom q amou djhvhdv, serio nem sei como vcs ainda tão aqui comentando e tudo, vcs ajudam bastante. Continuei :)
Mirela Gaspar: Continuei anjo <3
Lara Santos: hdguhjdvf obg de verdade, continuei amr ♥

5 de julho de 2014

AVISO

Postado por PopCorns Do Bieber às sábado, julho 05, 2014 0 comentários



Bom gente, eu tô aq apenas pra falar q nao estamos plagiando absolutamente nada. Desde o começo eu avisei q não seria plágio e realmente não é. Plágio seria se eu não colocasse os devidos créditos e eu coloco sim, tanto q falo q a fic não é minha e sim um livro q eu li e posto aq para q vcs possam ler. Só pq eu mudo um pouco não quer dizer q é plágio. Pq eu plagiaria um dos melhores livros q já li em toda a minha vida? eu sei q não é certo isso. Mas isso não é plágio eu posto aq pq tenho orgulho dos livros q leio e se vcs realmente não gostam disso eu paro imediatamente de postar aq. Quero a opnião de vcs, sejam sinceros. Obrigada desde já. - Keyti

4 de julho de 2014

Sinopse - A Seleção

Postado por PopCorns Do Bieber às sexta-feira, julho 04, 2014 4 comentários


Sinopse:

Para trinta e cinco garotas, a “Seleção” é a chance de uma vida. Num futuro em que os Estados Unidos deram lugar ao Estado Americano da China e mais recentemente a Illéa, um país jovem com uma sociedade dividida em castas, a competição que reúne moças de dezesseis e vinte anos de todas as partes para decidir quem se casará com o príncipe é a oportunidade de escapar de uma realidade imposta a elas ainda no berço. É a chance de ser alçada de um mundo de possibilidades reduzidas para um mundo de vestidos deslumbrantes e joias valiosas. De morar em um palácio, conquistar o coração do belo príncipe Justin e um dia ser a rainha.
Para Katherine Miller, no entanto, uma artista da casta Cinco, estar entre as Selecionadas é um pesadelo. Significa deixar para trás Eduardo, o rapaz que realmente ama e que está uma casta abaixo dela. Significa abandonar sua família e seu lar para entrar em uma disputa ferrenha por uma coroa que ela não quer. E viver em um palácio sob a ameaça constante de ataques rebeldes.
Então Katherine conhece pessoalmente o príncipe. Bondoso, educado, engraçado e muito, muito charmoso, Justin não é nada do que se poderia esperar. Eles formam uma aliança, e, aos poucos, Katherine começa a refletir sobre tudo o que tinha planejado para si mesma — e percebe que a vida com que sempre sonhou talvez não seja nada comparada ao futuro que ela nunca tinha ousado imaginar.


Personagens:


Katherine Miller é a  selecionada para representar seu estado e competir com outras 34 garotas pela coroa e a mão do Príncipe Justin. Ela faz parte da casta Cinco e trabalha como cantora para ajudar a família. Tem 17 anos e é descrita como ruiva. Namora Eduardo há dois anos, mas mantém o relacionamento em segredo pois ele faz parte de uma casta inferior a dela.



Justin Drew Bieber filho único do Rei Jeremy e da Rainha Patricia, sendo o Príncipe de Illéa. A Seleção acontece para que o Príncipe Justin possa escolher sua esposa e futura rainha de Illéa tem 19 anos.


Eduardo Baker  é o namorado de Katherine antes da Seleção. Pertence a casta Seis, vivendo com sua mãe e seus seis irmãos mais novos. Tem 19 anos.



Angel  White é a primeira e melhor amiga de Katherine na Seleção. Pertence a casta Quatro e pode ser considerada a favorita do povo por seu jeito simpático.



Sophie Newsome é uma das selecionadas. Sophie é modelo, pertencendo a casta Dois. Ela possui um jeito bastante arrogante, se achando mais importante que todos e querendo vencer a qualquer custo, mas é falsa e simpática perto da família real.




Sistemas De Castas:

Casta 1: A nobreza e o Clero.
Casta 2: Celebridades, modelos, atletas profissionais, políticos, atores e oficiais.
Casta 3: A elite, educadores, filósofos, inventores, escritores, cientistas, médicos, veterinários, dentistas, arquitetos, bibliotecários, engenheiros, psicólogos, cineastas, produtores musicais, advogados.
Casta 4: Fazendeiros, joalheiros, corretores de imóveis e de seguros, chefes de cozinha, mestres de obras, proprietários e donos de restaurantes, lojas e hotéis.
Casta 5: Artistas, músicos e dançarinos.
Casta 6: Secretários, serventes, governantas, costureiras, balconistas, cozinheiros, motoristas.
Casta 7: Jardineiros, pedreiros, lavradores, pessoas que limpam calhas e piscinas, e quase todos os trabalhadores braçais.
Casta 8: Pessoas com deficiência (especialmente quando desamparadas), viciados, fugitivos, sem-tetos.


ME CHAMEM LÁ NO TWITTER @jdbzputa FICO LÁ O TEMPO TODO

BOM AMORES TENHO FIC NOVA PRA VCS TUTS TUTS, ISSO É UMA RECOMPENSA POR TEREM ESPERADO TANTO E NÃO ME ABANDONADO, A SELEÇÃO VAI SER MAIS OU MENOS COMO FALLEN, EU JÁ LI E GOSTEI BASTANTE, ENTÃO RESOLVI TRAZER PRA VCS TBM, PORÉM COM ALGUMAS MUDAÇAS, ESPERO Q GOSTEM, COMENTEM OQ ACHARAM? OBG <3 BJ DA KEYTI ♥

Fallen -28° Capítulo

Postado por PopCorns Do Bieber às sexta-feira, julho 04, 2014 1 comentários

DIVULGANDO: Stories Beliebers


"Ao seu lado descobri que entre o sonho e a realidade, existe um espaço chamado felicidade, e para que a minha felicidade se torne realidade, preciso estar ao seu lado."




                                                                 Mãos Ociosas -Parte 2

Elas puxaram duas cadeiras até um terminal de computador, e Penn digitou seu nome de usuário. Luce olhou ao redor só para ter certeza que ninguém mais estava por perto. Uma caixa vermelha de erro apareceu na tela.
Penn gemeu.
— O quê? — Luce perguntou.
— Depois das quatro, você precisa de permissão especial para acessar a net.
— É por isso que este lugar é sempre tão vazio à noite.
Penn estava revirando sua mochila.
— Onde eu coloquei aquela senha criptografada? — ela murmurou.
— Ali está a Senhorita Sophia — Luce disse, sinalizando para a bibliotecária, que estava atravessando o corredor com uma blusa preta justa e calça pescador verde clara. Seus brincos brilhantes roçavam os ombros, e ela tinha um lápis enfiado na lateral de seu cabelo.
— Aqui — Luce sussurrou em voz alta.
A Senhorita Sophia espremeu os olhos para elas. Seus óculos bifocais tinham deslizado nariz abaixo, e com uma pilha de livros em cada braço, ela não tinha uma mão livre para empurrá-los para cima.
— Quem é? — ela chamou, andando até lá. — Oh, Lucinda. Pennyweather — ela disse, parecendo cansada. — Olá.
— Nós estávamos pensando se você poderia nos dar a senha para usar o computador — Luce comentou, apontando para a mensagem de erro na tela.
— Você não vai usar redes sociais, não é? Esses sites são obra do diabo.
— Não, não, esta é uma investigação séria — disse Penn. — Você aprovaria.
A Senhorita Sophia se inclinou sobre as meninas para desbloquear o computador. Dedos voando, ela digitou a senha mais longa que Luce já tinha visto.
— Vocês têm vinte minutos — falou sem rodeios, indo embora.
— Isso deve ser suficiente — Penn sussurrou. — Eu encontrei um ensaio crítico sobre Os Observadores, então até que rastreemos o livro, podemos pelo menos ler sobre o que se trata.
Luce percebeu alguém parado atrás dela e se virou para ver que a Senhorita Sophia tinha retornado. Luce pulou.
— Desculpe — ela disse. — Eu não sei por que você me assustou.
— Não, sou eu quem deve pedir desculpas — a Senhorita Sophia disse. Seu sorriso praticamente fazia seus olhos desaparecerem. — É só que tem sido tão difícil ultimamente, desde o incêndio. Mas não há nenhuma razão para descarregar a minha tristeza em duas das minhas alunas mais promissoras.
Nem Luce nem Penn sabiam exatamente o que dizer. Era uma coisa confortar uma a outra após o incêndio. Tranquilizar a bibliotecária da escola parecia um pouco demais para elas.
— Eu tenho tentado me manter ocupada, mas... — a Senhorita Sophia dissipou-se.
Penn olhou nervosamente para Luce.
— Bem, poderíamos precisar de alguma ajuda com a nossa pesquisa, se, quer dizer, você...
— Posso ajudar! — Senhorita Sophia puxou uma terceira cadeira. — Vejo que estão pesquisando Os Observadores — disse ela, lendo sobre seus ombros. — Os Biebers foram um clã muito influente. E acontece que eu conheço um banco de dados papal. Deixe-me ver o que eu consigo achar.
Luce quase engasgou no lápis que ela estava mastigando.
— Desculpa, você disse Biebers?
— Ah sim, historiadores os traçaram até a Idade Média. Eles eram... — Ela fez uma pausa, procurando pelas palavras. — Uma espécie de grupo de pesquisadores, para colocar em termos leigos modernos. Eles se especializaram em um determinado tipo de folclore de anjo caído.
Ela estendeu a mão entre as meninas novamente e Luce maravilhou-se enquanto seus dedos corriam pelo teclado. O mecanismo de busca apanhou para acompanhar, puxando artigo após artigo, fonte primária depois de fonte primária, todos sobre os Grigoris. O nome da família de Justin estava em toda parte, enchendo a tela. Luce sentiu-se um pouco tonta.
A imagem de seu sonho voltou para ela: asas desenrolando-se, seu corpo aquecendo até que ela ardesse em cinzas.
— Há diferentes tipos de anjos em que se especializar? — Penn perguntou.
— Ah, claro – é um vasto campo da literatura — a Senhorita Sophia disse enquanto digitava. — Há aqueles que se tornam demônios. E aqueles que exaltam Deus. E há ainda aqueles que se davam com mulheres mortais. — Por fim seus dedos pararam. — Hábito muito perigoso.
Penn indagou:
— Esses caras, Observadores, tem alguma relação com o Justin Bieber daqui?
A Senhorita Sophia tocou seus lábios cor de malva.
— Bem possível. Eu mesma me perguntei isso, mas não é nada da nossa conta ficar se metendo nos assuntos dos alunos, não concordam?
Seu rosto pálido apertou-se em uma carranca enquanto ela olhava para o relógio.
— Bem, eu espero ter lhes dado o suficiente para começarem seu projeto. Eu não vou mais monopolizar o seu tempo — ela apontou para um relógio na tela do computador. — Vocês só têm nove minutos restantes.
Enquanto ela voltou para a frente da biblioteca, Luce observou a postura perfeita da Senhorita Sophia. Ela poderia ter equilibrado um livro em sua cabeça. Parecia mesmo que tinha animado-a um pouco ajudar as meninas com sua pesquisa, mas ao mesmo tempo, Luce não tinha ideia do que fazer com a informação que lhe acabara de ser dada sobre Justin.
Penn tinha. Ela já começara a rabiscar notas furiosas.
— Oito minutos e meio — informou à Luce, entregando-lhe uma caneta e um pedaço de papel. — Tem coisas demais aqui para entender em oito minutos e meio. Comece a escrever.
Luce suspirou e fez o que lhe foi dito. Era uma página acadêmica maçante da web, desenhada com uma borda fina azul enquadrando um fundo liso bege. No alto, em um cabeçalho com uma fonte rigorosamente negrita se lia: O CLÃ BIEBER.
Apenas lendo o nome, Luce sentiu sua pele aquecer.
Penn bateu no monitor com sua caneta, voltando a atenção de Luce para sua tarefa.
Os Biebers não dormem. Parecia possível; Justin sempre parecia cansado. Eles são geralmente quietos. Certo. Às vezes falar com ele era como extrair os dentes. Em um decreto do século VIII...
A tela ficou preta. O tempo delas acabara.
— Quanto você conseguiu? — Penn perguntou.
Luce ergueu sua folha de papel. Patético. O que ela tinha era algo que ela nem sequer se lembrava de ter rabiscado: as bordas das penas de asas.
Penn deu-lhe um olhar lateral.
— Sim, posso ver que você será uma excelente assistente de pesquisa — disse ela, mas ela estava rindo. — Talvez mais tarde nós poderíamos teorizar um jogo de MASH — ela ergueu as próprias anotações muito mais abundantes. — Tudo bem, eu tenho o suficiente para nos levar a algumas outras fontes.
Luce enfiou o papel no seu bolso ao lado da lista mestre amassada que ela começara sobre todas as suas interações com Justin. Ela estava começando a transformar-se no seu pai, que não gostava de estar em qualquer lugar muito longe do seu triturador de papel. Ela se abaixou para procurar uma lixeira e avistou um par de pernas andando pelo corredor em direção a elas.
A marcha era tão familiar quanto a dela própria. Ela sentou-se de volta – ou tentou sentar-se de volta – e bateu sua cabeça na parte inferior da mesa do computador.
— Au — ela gemeu, esfregando o local onde batera sua cabeça no incêndio da biblioteca.
Justin estava parado a poucos metros de distância. Sua expressão dizia que a última coisa no mundo que ele queria agora era topar com ela. Pelo menos ele apareceu depois que o computador tinha feito logoff. Ele não precisa pensar que ela estava perseguindo-o ainda mais ativamente do que ele já pensava.
Mas Justin parecia estar olhando através dela; seus olhos cinza-violetas estavam fixados em cima do seu ombro, em algo – ou alguém.
Penn bateu no ombro de Luce, então girou seu polegar na direção da pessoa de pé atrás dela. Cam estava inclinando-se sobre a cadeira de Luce e sorrindo para ela. Um raio lá fora fez com que Luce praticamente pulasse nos braços de Penn.
— Só uma tempestade — disse Cam, inclinando sua cabeça. — Vai dissipar-se em breve. Uma pena, porque você fica uma gracinha quando está com medo.
Cam avançou a mão. Ele começou em seu ombro, então traçou a ponta de seu braço com seus dedos até sua mão. Os olhos dela vibraram, era tão bom, e quando ela os abriu, havia uma pequena caixa de veludo rubi na sua mão. Cam a abriu, só por um segundo, e Luce viu um relampejo de ouro.
— Abra-a mais tarde. Quando você estiver sozinha.
— Cam...
— Eu passei no seu quarto.
— Podemos... — Luce olhou para Penn, que estava descaradamente olhando para eles com um encanto de espectador de filme na primeira fila.
Finalmente saindo de seu transe, Penn agitou suas mãos.
— Você quer que eu vá. Entendo.
— Não, fique — Cam falou, soando mais doce do que Luce esperava. Ele se virou para Luce. — Eu vou. Mas mais tarde – você promete?
— Claro.
Ela sentiu-se corar.
Cam pegou sua mão e empurrou-a e a caixa para dentro do bolso frontal esquerdo de sua calça jeans. Ficou apertada, e a fez estremecer sentir os dedos dele espalharem-se em seus quadris.
Então ele piscou e virou as costas.
Antes que ela tivesse a chance de recuperar o fôlego, ele voltou.
— Uma última coisa — falou, deslizando seu braço para trás da cabeça dela e se aproximando.
A cabeça dela inclinou-se para trás e a dele para frente, e a boca dele estava sobre a dela. Seus lábios eram tão macios quanto pareceram todas as vezes que Luce os encarou. Não foi profundo, só um selinho, mas Luce sentiu como se fosse muito mais. Ela não conseguia respirar por causa do choque e da emoção e da potencial exibição pública desse muito longo, muito inesperado.
— Que diabos...
A cabeça de Cam tinha girado, e então ele estava encurvado, segurando seu queixo. Justin estava de pé atrás dele, esfregando o pulso.
— Mantenha suas mãos longe dela.
— Não te ouvi — disse Cam, levantando-se lentamente.
Ai. Meu. Deus. Eles estavam lutando. Na biblioteca. Por ela.
Então, em um movimento limpo, Cam disparou-se para Luce. Ela gritou enquanto os braços dele começaram a fechar em torno dela. Mas as mãos de Justin foram mais rápidas. Ele golpeou duramente Cam para longe, e empurrou-o contra a mesa do computador. Cam grunhiu enquanto Justin pegava um punhado de seu cabelo e prensava sua cabeça para baixo.
— Eu disse parar manter suas mãos imundas longe dela, seu merdinha maligno.
Penn gritou, pegou seu estojo, e foi na ponta dos pés até a parede. Luce observou enquanto ela jogava seu estojo amarelo sujo uma vez, duas vezes, três vezes no ar. Na quarta vez, ele foi alto o suficiente para acertar a pequena câmera preta parafusada na parede. O golpe desviou a lente da câmera para a esquerda, em direção a uma pilha muito parada de livros de não-ficção.
Nessa hora, Cam tinha jogado Justin para fora e eles estavam circundando um ao outro, seus pés rangendo no chão polido.
Justin começou a esquivar-se antes que Luce sequer percebesse que Cam estava pegando impulso. Mas Justin não esquivou-se com rapidez suficiente. Cam acertou o que pareceu ser um soco de nocaute logo abaixo do olho de Justin. Justin rodou para trás devido à força disso, empurrando Luce e Penn contra a mesa do computador. Ele se virou e murmurou um pedido de desculpas confuso antes de retornar.
— Ai meu Deus, parem! — Luce gritou, pouco antes de ele pular na cabeça do Cam.
Justin parou Cam, lançando uma onda bagunçada de golpes nos seus ombros e nas laterais de seu rosto.
— Isso é gostoso — Cam resmungou, estalando o pescoço de um lado para outro como um boxeador.
Ainda persistindo, Justin deslocou suas mãos ao redor do pescoço de Cam. E espremeu. Cam respondeu ao lançar Justin de volta contra uma estante alta de livros. O impacto explodiu pela biblioteca, mais alto do que o trovão do lado de fora.
Justin resmungou e soltou. Ele caiu no chão com um baque.
— O que mais você tem, Bieber?
Luce cambaleou, pensando que ele podia não se levantar. Mas Justin se levantou rapidamente.
— Eu vou mostrar para você — ele sibilou. — Lá fora. — Ele foi até Luce, então afastou-se. — Você fica aqui.
Então ambos os garotos saíram da biblioteca, através da saída traseira que Luce usara na noite do incêndio. Ela e Penn ficaram congeladas em seus lugares. Elas encararam uma a outra, as bocas abertas.
— Vamos — disse Penn, arrastando Luce para uma janela que dava para a área comum.
Elas apertaram seus rostos no vidro, apagando a bruma de suas respirações.
A chuva estava caindo pesadamente. O campo lá fora estava escuro, exceto pela luz que entrava pelas janelas da biblioteca. Estava tão enlameado e escorregadio, era difícil ver alguma coisa. Então duas figuras saíram do centro da área comum. Ambos ficaram ensopados instantaneamente. Eles discutiram por um momento, depois começaram a circular um ao outro. Seus punhos foram erguidos novamente.
Luce segurou o parapeito da janela e observou enquanto Cam fez o primeiro movimento, correndo até Justin e batendo nele com o ombro. Então um rápido chute giratório em suas costelas.
Justin tombou, agarrando seus lados. Levante-se. Luce motivou-lhe a se mover. Ela sentia como se ela própria tivesse sido chutada. Cada vez que Cam ia para cima de Justin, ela sentia em seus ossos.
Ela não aguentava assistir.
— Justin tropeçou por um segundo ali — Penn anunciou após Luce ter se virado. — Mas ele disparou diretamente e totalmente marcou o Cam no rosto. Boa!
— Você está gostando disso? — Luce perguntou, horrorizada.
— Meu pai e eu costumávamos assistir UFC. Parece que esses dois caras tiveram alguma formação séria em artes marciais misturadas. Perfeito cruzamento, Justin!
Ela gemeu.
— Ai, cara.
— O quê? — Luce espiou novamente. — Ele está ferido?
— Relaxe. Alguém está vindo para acabar com a luta. Bem quando Justin estava se recuperando.
Penn estava certa. Parecia que o Sr. Cole estava correndo pelo campus. Quando chegou ao local onde os garotos estavam brigando, ele parou e assistiu-os por um momento, quase hipnotizado pela maneira como eles estavam lutando.
— Faça alguma coisa — Luce sussurrou, sentindo-se enojada.
Finalmente, o Sr. Cole agarrou cada garoto pela nuca. Os três lutaram por um momento até que Justin finalmente se desvencilhou. Ele balançou sua mão direita, então marchou em um círculo e cuspiu algumas vezes na lama.
— Muito atraente, Justin — Luce disse sarcasticamente. Exceto que era.
Agora para uma conversa com o Sr. Cole. Ele acenou suas mãos loucamente para eles e eles ficaram parados com as cabeças pendendo. Cam foi o primeiro a ser dispensado. Ele correu pelo campo na direção do dormitório e desapareceu.
O Sr. Cole colocou uma mão no ombro de Justin. Luce estava morrendo de vontade de saber o que eles estavam falando, se Justin seria punido. Ela queria ir até ele, mas Penn a bloqueou.
— Tudo isso por causa de uma joia. O que Cam lhe deu, afinal?
O Sr. Cole saiu e Justin ficou sozinho, de pé à luz de um poste de luz acima, olhando para a chuva.
— Eu não sei — Luce respondeu a Penn, deixando a janela. — Seja o que for, eu não quero. Especialmente depois disso.
Ela voltou para a mesa do computador e tirou a caixa de seu bolso.
— Se você não vai olhar, eu vou.
Ela abriu a caixa, então olhou para Luce, confusa.
O relampejo de ouro que elas tinham visto não tinha sido de joia. Havia apenas duas coisas dentro da caixa: outra palheta verde de Cam e um pedaço dourado de papel.

"Encontre-me amanhã depois da aula. Eu estarei esperando nos portões." -C

Continua...


Oi gente então eu nem sei oq dizer eu só pesso desculpas, dessa vez eu vou voltar a postar sim e eu tenho uma surpresa pra vcs, tô com vergonha de mim mesma por esquecer isso aq, mas os estudos estão pesados. Eu só peço q nos perdoem e q não nos abandone. COMENTEM? OBG DESDE JÁ POR TUDO. AMAMOS VCS ♥ BJOS

Respondendo:


Mirela Gaspar: Continuei amor, obg por comentar <3
Joana Margarida: Continuei anjo 
Isabela Crystina: Sério? bfbnfbgn q bom q vc tá gostando amor <3 eu tô lendo paixão e ele é um pouca devagar mas estou quase terminando de ler kkk, vc vai gostar bastante, obg por estar lendo aq, isso é muito importante, obg msm. Contineu bj <3 comenta?
Emily Sterling: Muito obg amor <3 continuei *-*
Belieba: Sério? awwn obg amor, estou pensando em mudar o design oq vc acha? Se tiver algum design vc pode me ajudar? obg desde já <3 seu blog tbm é um amor, vou divulgar sim

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